Sexo do paciente pode influenciar no prognóstico do melanoma cutâneo
- drmarcelomorenomkt
- há 14 horas
- 2 min de leitura
Esta semana, trago aqui a síntese de um artigo muito interessante e que foi fruto do trabalho de curso da minha colega e hoje também da amiga Bruna Conte - médica intensivista em Porto Alegre, e ao Eduardo Menegat - agora cirurgião cardíaco em Chapecó. O trabalho foi intitulado como “Diferenças clínico-epidemiológicas entre pacientes masculinos e femininos com diagnóstico de melanoma cutâneo no Oeste de Santa Catarina”. Como já comentei em vários vídeos e em alguns textos, baseado na literatura, o melanoma cutâneo é uma forma de câncer de pele que representa cerca de 4% de todas as neoplasias cutâneas, mas é responsável por 80% das mortes relacionadas a esse tipo de câncer. Na clínica, sempre se observou que as mulheres com essa doença viviam mais quando comparadas aos pacientes do sexo masculino. Mas será que cientificamente isso seria um dado real? Com isso, realizamos o estudo para entender as diferenças entre homens e mulheres diagnosticados com melanoma cutâneo entre 2010 e 2013. O artigo foi publicado na Revista Brasileira de Cancerologia em 2015. Foram estudados 272 pacientes, e as mulheres representaram 62,4% deles, e apresentaram características mais favoráveis em relação aos pacientes masculinos: uma maior taxa de casos em estágios iniciais (neoplasias in situ), menos casos com ulceração e menor profundidade de invasão das lesões. Além disso, as mulheres tenderam a ter um diagnóstico mais precoce, enquanto os homens buscaram assistência médica mais tardiamente (geralmente quando havia sintomas). Em relação à exposição solar, que é um fator de risco importante para o desenvolvimento do melanoma, tanto homens quanto mulheres apresentaram altas taxas de exposição intensa, principalmente durante as horas em que os raios UV são mais fortes.
Em resumo, os dados indicam que, na região oeste de Santa Catarina, as mulheres com melanoma cutâneo têm características da doença que podem resultar em melhores chances de recuperação em comparação aos homens. No estudo destacamos a importância de conscientizar sobre o diagnóstico precoce e a proteção contra a exposição solar, que é um fator crucial para prevenir essa forma de câncer, que infelizmente, talvez por aspecto cultural, os homens demoram para buscar avaliação médica.
Confira o artigo na íntegra no link abaixo!

Comments