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A história do melanoma cutâneo da região Oeste de Santa Catarina

  • drmarcelomorenomkt
  • 19 de mar.
  • 2 min de leitura

Dando sequência aos estudos que tive a oportunidade de conduzir ou de participar como co-autor, hoje irei apresentar o primeiro estudo que caracterizou o melanoma cutâneo na região oeste de Santa Catarina. Ele foi publicado em 2012 e foi intitulado em português como: “Perfil epidemiológico de pacientes com melanoma cutâneo em uma região do sul do Brasil”. Foi publicado na revista Journal of Skin Cancer e foi fruto do trabalho de conclusão de curso da @vanessagheno e da @m.gabriela.lang, com minha orientação e co-orientação do professor @ricardo_xmitt. Este trabalho foi um dos primeiros estudos publicados em revista de língua inglesa do curso de @medicinaunochapeco. Basicamente foi realizado um estudo transversal combinando pesquisa de dados de 2002 a 2009 com pesquisa longitudinal em 2009. Os dados foram obtidos a partir do serviço regional de notificação de câncer e prontuários médicos, seguindo um protocolo modificado do Grupo Brasileiro de Melanoma. Contatou-se pacientes, familiares e profissionais de saúde para completar dados em casos de informações ausentes. Foram incluídos registros de pacientes com diagnóstico inicial de melanoma cutâneo na região, excluindo aqueles com melanoma ocular, mucoso ou visceral. Os principais resultados que encontramos com os dados analisados daquele período (lembrando que após forma realizados outros estudo de atualização que irei documentar em postagens futuras): 

Total de Casos: Foram registrados 503 casos de melanoma cutâneo na região, excluindo-se 6 devido à falta de dados.

Incidência: A incidência anual variou de 7,4 casos por 100.000 habitantes em 2002 a 12,2 casos por 100.000 habitantes em 2008.

Prevalência em Idade: Observou-se uma maior prevalência da doença em indivíduos acima de 50 anos, com a taxa mais alta entre aqueles com 80 anos ou mais.

Média de Idade: A média de idade dos pacientes foi de 50,6 anos, com idades variando entre 14 e 90 anos.

Distribuição por Gênero: A doença foi mais prevalente entre mulheres, embora os homens apresentassem fatores de prognóstico mais desfavoráveis, como maior número de lesões ulceradas e maior profundidade de invasão dérmica.

Características Fenotípicas: A maioria dos pacientes (92,7%) tinha fototipos de pele I e II, com alta ocorrência de exposição ao sol.

Tipos Histológicos: Os tipos histológicos mais comuns foram melanoma de extensão superficial, melanoma nodular, e melanoma lentiginoso acral.

Como conclusão do estudo, pela primeira vez foi documentado que tanto a incidência e a prevalência de melanoma cutâneo na região oeste de Santa Catarina são muito mais altas do que as observadas em outras partes do país e superam as estimativas propostas pelo INCA. Esse fenômeno pode ser atribuído, em grande parte, às características fenotípicas da população, majoritariamente composta por fototipos de pele I e II, associados a localização geográfica na região em relação ao globo terrestre e a inclinação em relação ao sol, o que resulta em alta incidência de raios ultravioletas durante boa parte do ano. 


Confira o Artigo!


 
 
 

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