Oncologia Cutânea

É uma área de atuação médica relacionada ao diagnóstico e tratamento loco-regional com cirurgia ou métodos abrasivos (como crioterapia, etc..) dos cânceres de pele.
É vinculada à Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e à Sociedade Brasileira de Dermatologia; com isso, tanto médicos cirurgiões oncológicos como médicos dermatologistas atuam nesta área.
São divididos em três tipos de cânceres principais:
Tipo mais comum de câncer. Está relacionado com exposição crônica da pele aos raios ultravioletas. Clinicamente pode apresentar vários padrões, mas a forma nodular rosácea e com telangiectasia (pequenos vasos na periferia) é a mais comum. Existem várias formas de tratamento, mas a mais utilizada é a cirurgia, sendo que para ter o controle local da doença é necessário que seja retirada com margens livres.

Dermatoscopia
Também conhecida como microscopia de epiluminescência, dermatoscopia ou microscopia amplificada de superfície, é uma técnica não invasiva que utiliza um instrumento manual chamado dermatoscópio, que é um aparelho equipado com lente e luz.
Esta técnica aumenta em 10 a 49% a sensibilidade do exame físico e isto se deve ao uso de escores ou algoritmos. O escore "ABCD" é adaptado para este método: assimetria, bordas, cor, componentes estruturais diferenciais (D).


Tratamento
Excisão ampla é o tratamento padrão para melanoma maligno e consiste em fazer a ressecção do tumor intacto ou o sítio operatório da biópsia prévia em bloco com a margem circunjacente de pele aparentemente normal e tecido celular subcutâneo associado.
A margem de pele saudável, que deve ser retirada juntamente com a lesão primária da pele. Nos casos de melanoma invasivo, depende da profundidade de invasão das células malignas nas camadas da pele. Esta profundidade de invasão é referida nos laudos de biópsia como índice de Breslow (profundidade medida em mm) ou nível de Clark (I, II, III, IV ou V- dependendo do nível anatômico da pele envolvida).
Quando clinicamente não há comprometimento de linfonodos regionais (gânglios linfáticos ou também conhecidos como "ínguas") pelo melanoma maligno, é realizada a biópsia do linfonodo sentinela.
Como os raios de sol provocam câncer de pele?
Os dois tipos mais importantes de radiação ultravioleta (UV) - UVA e UVB - estão relacionados com o desenvolvimento de câncer de pele. Os raios UVA não são absorvidos pela camada de ozônio e penetram profundamente na pele causando envelhecimento precoce (cerca de 90% das mudanças visíveis da pele comumente atribuídas ao envelhecimento são causadas pela exposição solar) e provavelmente a supressão do sistema imune.
Os raios UVB têm sido relacionados com o desenvolvimento de catarata e câncer de pele. Exposição aos raios UVB e UVA (presentes também nas câmaras de bronzeamento), é o fator de risco causador de melanoma maligno esporádico mais importante.

Predisposição para dificuldade de bronzeamento em combinação com grande exposição solar determina um grande fator de risco cumulativo para o desenvolvimento de melanoma cutâneo.
Outros fatores de risco em ordem decrescente de associação são: presença de mais de 10 nevos displásicos, presença de mais de 100 nevos comuns adquiridos, cabelos vermelhos, (e) grande exposição solar intermitente (ex: queimadura solar com bolhas quando criança). Os efeitos de indução dos UV têm sido demonstrados em modelos animais experimentais. Pessoas com níveis de exposição UV altos têm um risco três vezes maior de desenvolver câncer de pele. Aproximadamente 65% a 90% dos casos de melanomas malignos são causados por exposição aos raios UV.
Apresentação clínica dos cânceres de pele
Os cânceres cutâneos de origem epitelial, ou seja, aqueles que se originam das células da epiderme, também denominada como queratinócitos, quando surgem podem se apresentam como lesões planas ou nodulares, de cor rosado (rosa-perolado), com vasos sanguíneos em forma de “galhos de arvores ou arboriformes”, podendo ter pequenas úlceras ou uma úlcera central. Nestes casos podem representar o denominado carcinoma basocelular. Já um outro tipo de câncer epitelial seria o carcinoma espinocelular que podem se apresentar como uma área nodular, irregular com ulceração e crosta de cor amarelada ou esbranquiçada. Independente destas características gerais descritas, toda lesão de pele que surgir e não desparecer em 20 a 30 dias deve ser examinada por um profissional médico.
Já a detecção e o tratamento precoce do melanoma maligno (forma invasiva da doença) são de fundamental importância para a sobrevida do paciente. Apesar de pesquisas extensivas sobre as características clínicas do melanoma, a acurácia do diagnóstico clínico, de forma precoce, permanece insatisfatória. Médicos especializados em diagnóstico clínico de lesões cutâneas pigmentadas têm uma sensibilidade aproximada de 80% e uma acurácia diagnóstica de 65%, mas o diagnóstico pode ser facilitado com o uso da dermatoscopia.
Para a identificação das características de lesões suspeitas, pode ser usado o esquema "ABCDE", onde "A" significa assimetria, "B" bordas irregulares, "C" cores variadas, "D" diâmetro maior que 5 mm, e "E" do inglês enlargament ou "evolução".
Quando suspeitar de um câncer de pele?
Sempre que surgir uma lesão de pele que aumenta progressivamente de tamanho, ou uma lesão pré-existente que mude de comportamento (crescimento rápido, prurido, descamação, sangramento, ulceração; deve ser procurado um médico para avaliação e se necessária a realização de biópsia).








