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“O que você vai ser quando crescer?”

  • drmarcelomorenomkt
  • 8 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Uma pergunta frequentemente feita quando somos crianças é: “O que você vai ser quando crescer?” Para mim não foi diferente, e, quando esse questionamento surgiu, pensava logo em alguma profissão que se relacionasse com a vida. Conforme já documentei em outros momentos, sabia que seria algo como biólogo, químico, bioquímico, veterinário, dentista, fisioterapeuta, enfermeiro, médico, cientista… Por alguns momentos, queria ser todas essas profissões, mas logo me explicaram que isso era comum antigamente. Então, aos meus 12 anos, iniciei uma trajetória de conhecer cada uma das áreas, fazendo questionamentos quando encontrava algum profissional. Mais tarde, procurei, literalmente, “ajuda profissional”. Fui até os laboratórios da universidade da minha cidade natal (Unijuí) e me apresentei aos técnicos como estudante do primeiro grau que gostaria de conhecer o que era feito nas diferentes áreas dos laboratórios, para eu decidir que profissão seguir após o segundo grau. Obviamente, por ser uma situação inusitada e ao mesmo tempo interessante, o incentivo de um pré-adolescente foi prontamente acolhido. Eles me inseriram em todos os espaços de formação técnica nas áreas da saúde e biológicas da universidade. Ia quase todas as tardes; às vezes, atuava na limpeza da vidraria dos laboratórios, em outras ajudava na preparação de lâminas de microscopia em botânica e zoologia. Algumas vezes, preparava os espaços para as aulas práticas dos universitários (que muitas vezes eu acompanhava, curioso, ao fundo do laboratório). Entretanto, fiquei com mais dúvidas, pois gostava de tudo o que via. Iniciei o segundo grau com uma pré-escolha de ser veterinário e estudei o primeiro ano em uma escola agrícola, mas rapidamente identifiquei que, invariavelmente, participaria de situações relacionadas ao sofrimento animal e descartei essa opção antes de completar o semestre. Com isso, espontaneamente mudei de escola (meus pais nem sabiam da mudança). Como o assunto sobre a escolha da profissão era recorrente em todos os espaços, uma tia, que era enfermeira do hospital, me levou para acompanhar todas as etapas de uma cirurgia. No momento em que entrei no hospital, a mágica aconteceu: pensei “é isso que eu quero”. A partir daquele momento, tracei a meta de passar no vestibular de Medicina, e, dois anos depois, assinei minha matrícula no curso de Medicina da UFSM. Enfim, essa foi minha trajetória de escolha para ser médico, e, neste dia que comemora a profissão, reflito que foi uma decisão feliz, pois, em 27 anos de profissão, tive a oportunidade de tentar fazer o melhor da medicina baseada em evidências e, com isso, ter um papel adjuvante no diagnóstico e tratamento de muitas pessoas que tive a oportunidade de conhecer. Neste 18 de outubro, desejo a todas e todos os colegas que a escolha também tenha sido algo que traga satisfação pessoal todos os dias e que ainda possamos ter esperanças de que a profissão siga a trajetória da evidência científica, neutra de qualquer interferência externa. Que seja uma prática que se relacione de forma humana com o paciente, considerando não somente a doença, mas o processo de como o indivíduo, que um dia era saudável, se tornou doente. Finalizo agradecendo a todas as pessoas que me ajudaram, de uma forma ou outra, durante todo o meu período de formação, sem as quais tenho certeza de que não seria um méd


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ico realizado. Muito obrigado.


 
 
 

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