top of page
Buscar

O que aumenta o risco de desenvolver melanoma no Oeste de Santa Catarina?

  • drmarcelomorenomkt
  • há 5 minutos
  • 3 min de leitura

Em todas as doenças humanas, existe uma sequência de fatores que os profissionais da saúde devem considerar ao relacionar a história natural na análise em cada paciente. Uma delas é quais são os fatores que aumentam o risco para desenvolver tal doença. Estes fatores podem ser externos ou do próprio paciente.  No caso por exemplo do câncer de pulmão é de conhecimento geral que o principal fator é o tabagismo. Assim, como nos cânceres de pele, como o melanoma, também é de conhecimento geral que seria a exposição a luz solar. Entretanto, porque por exemplo, na região Sul do brasil o melanoma é mais comum que no Norte? Com objetivo de entender quais seriam os fatores de risco para desenvolver melanoma em pessoas residentes no Oeste de Santa Catarina, foi realizado o estudo intitulado como: "Fatores de Risco para o Desenvolvimento de Melanoma Cutâneo em Santa Catarina, Brasil: Estudo Observacional Caso-Controle" – publicado em 2017 na Revista Journal of Dermatology & Cosmetology. Assim como os trabalhos anteriores que apresentamos aqui, foi fruto de um trabalho de conclusão de curso das médicas Gabriela Citron Vedana (@claudia.ciotta) e Gabriela Vedana (@gabicvedana) e com a participação do médico Mario Henrique Miranda (@mirandamariohf). Foi realizado um estudo observacional do tipo caso-controle realizado na população da região oeste de Santa Catarina, Brasil. Foram incluídos 259 pacientes diagnosticados com melanoma cutâneo entre 2002 e 2012, cujo diagnóstico foi confirmado por exame histopatológico, e 259 controles pareados por idade, sexo e local de residência, selecionados aleatoriamente entre pacientes atendidos em consultas médicas gerais do sistema público de saúde, sem queixas dermatológicas. Os exames clínicos foram realizados por quatro profissionais experientes em dermatologia. Para a coleta de dados, foram avaliadas características pigmentares (tipo de pele, cor dos olhos, cor do cabelo, presença de efélides), presença e tamanho de nevos melanocíticos, história de nevos cutâneos, história familiar de melanoma, fatores ambientais relacionados à exposição solar, incluindo episódios de queimadura solar na infância, adolescência e vida adulta, bem como antecedentes de câncer de pele não melanoma. O tipo de fototipo foi classificado de acordo com a Classificação de Boston, seguindo Fitzpatrick, considerando apenas tipos I e II. Os nevos melanocíticos foram categorizados em comuns, pequenos (<3 cm²) e grandes (>3 cm²), bem como em single ou múltiplos, com a presença de nevos congênitos também avaliada. Os dados foram analisados estatisticamente para identificar fatores de risco independentes para o desenvolvimento do melanoma na população estudada. Os principais resultados do estudo indicaram que fatores específicos seriam:

  1. Nevos melanocíticos atípicos e múltiplos: Foram significativamente mais prevalentes nos casos de melanoma em comparação aos controles. A presença de mais de 50 nevos foi mais comum nos pacientes com melanoma, reforçando a associação entre alta carga de nevos e risco de desenvolver melanoma.

  2. História familiar de melanoma: Foi mais frequente entre os casos, sugerindo uma predisposição genética significativa.

  3. Exposição solar ocupacional: Os indivíduos com maior exposição ao sol no trabalho apresentaram maior risco, evidenciando a influência da radiação ultravioleta na carcinogênese cutânea.

  4. Histórico de queimaduras solares: Embora heterogêneo, foi relatado por grande parte dos participantes em ambos os grupos, podendo contribuir como fator de risco.

Em conclusão, considerando fatores associados e de forma individual a conclusão da pesquisa foi que  nevos (pintas) melanocíticos atípicos ou múltiplos, história pessoal de câncer de pele não melanoma (carcinomas) , história familiar de melanoma e extensa exposição solar foram identificados como fatores de risco independentes para desenvolvimento de melanoma cutâneo na região oeste de Santa Catarina. QJá de forma associada de forma dependente (associados), a presença de episódios de queimadura solar tanto na infância/adolescência quanto na idade adulta também foi um risco fator. No entanto, as características de pigmentação, como olhos e cabelos cor, e a presença de efélides não apresentou um risco, pois os fototipos I e II foram predominantes em ambos os grupos.


Confira o artigo na íntegra:




 
 
 

Comments


Logo Dr. Marcelo Moreno
bottom of page