O hábito da leitura e os 5 livros que mudaram minha vida

Conforme comentei em vídeo anterior, o hábito da leitura foi um dos pilares fundamentais para o meu desenvolvimento tanto em aspectos pessoais como na profissão médica. Recentemente vi um desenho no qual estavam duas crianças, uma delas com um celular e a sombra que se projetava atras dela era um retângulo sem mais informações. Já a criança ao lado, lia um livro, e a sobra representava mundos inteiros, com diferentes formas de vida e de possibilidades. Um livro tem a capacidade de levar a imaginação ao infinito e de infinitas maneiras. Cada ser um humano vai interpretá-lo de uma forma única, e saber disso, chega ser mágico. Muitas pessoas me perguntaram quais foram os livros que mais me marcaram. Responder a este questionamento é muito difícil, pois penso que cada livro contribui de alguma forma para definir o que somos. Então me perguntei: quais foram os 5 livros que me expandiram horizontes? Quais me fizeram questionar crenças e refletir sobre o mundo? Quais textos que ajudaram a compreender melhor a complexidade da natureza humana e explorar os limites da ciência, da filosofia e da arte? Quais os livros que me tornaram uma pessoa melhor? Então, neste texto, destaco 5 livros que de alguma forma ou outra, fizeram com que me tornar-se diferente. Seriam: 1) O Ponto de Mutação, 2) Cachorros de Palha, 3) Quando Nietzsche Chorou, 4) A Origem das Espécies e 5) A Liberdade Possível.

Em O Ponto de Mutação, Fritjof Capra nos convida a refletir sobre a necessidade de uma mudança de paradigma na maneira como enxergamos o mundo. O livro critica a visão mecanicista e reducionista da ciência moderna, propondo uma abordagem mais holística e integrada. A leitura dessa obra nos desafia a repensar nossa relação com a natureza, a tecnologia e a sociedade, mostrando como o hábito de ler pode nos levar a questionar estruturas consolidadas e a buscar novas formas de pensar e agir. Já em Cachorros de Palha, John Gray oferece uma visão provocativa sobre a condição humana e nosso lugar no universo. Gray argumenta que a humanidade, em sua busca por significado e progresso, muitas vezes se ilude com ideais inatingíveis. A leitura desse livro nos confronta com a realidade de nossa fragilidade e insignificância diante da vastidão do cosmos, mas também nos convida a encontrar beleza e propósito na simplicidade da existência. É um exercício de humildade e autoconhecimento, que só a leitura pode proporcionar. Quando Nietzsche Chorou, de Irvin D. Yalom, é uma obra que combina ficção e filosofia para explorar temas como a liberdade, o sofrimento e a busca por sentido. Através do encontro imaginário entre o filósofo Friedrich Nietzsche e o médico Josef Breuer, o livro nos leva a refletir sobre as dores da alma e as possibilidades de cura. A leitura dessa narrativa nos permite vivenciar, mesmo que de forma fictícia, os dilemas existenciais que todos enfrentamos, e nos inspira a buscar respostas para nossas próprias inquietações. Por outro lado, A Origem das Espécies, de Charles Darwin, é um marco na história da ciência e um exemplo de como a leitura pode nos conectar com ideias revolucionárias. A obra não apenas explica os mecanismos da seleção natural, mas também nos convida a entender a vida como um processo dinâmico e interconectado. Ler Darwin é compreender que estamos todos ligados por um fio evolutivo, e que nossa existência é parte de um todo maior. Essa perspectiva nos ajuda a desenvolver uma visão mais ampla e integrada da vida. Por fim, A Liberdade Possível, Flávio Gikovate, explora a busca pela liberdade emocional e psicológica, destacando como nossas dependências afetivas e inseguranças limitam nossa autonomia. É um lembrete de que a verdadeira liberdade começa com o autoconhecimento e a coragem de enfrentar nossos medos. Após eu ler este livro, organizei uma exposição de fotografias na qual denominei da mesma forma do título do livro. Escrevi um e-mail para o autor, que prontamente me respondeu autorizando a exposição. Em suma, o hábito da leitura é uma jornada contínua de descoberta e crescimento. Através de obras como essas, podemos explorar as profundezas da mente humana, questionar nossas certezas e encontrar novas formas de ver e estar no mundo. Cada livro é uma porta que se abre para um universo de possibilidades, e cada página virada é um passo em direção a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo ao nosso redor. Portanto, ler não é apenas um passatempo, mas uma ferramenta essencial para a transformação pessoal e coletiva. Conforme comentei lá nas redes sociais, seguem os outros 5 livros que completam a lista de 10 livros que gosto de discutir em conversas com amigos e que sempre indico.

Lista dos meus 10 livros (janeiro de 2025)

1) O Ponto de Mutação, - Fritjof Capra

2) Cachorros de Palha, - John Gray

3) Quando Nietzsche Chorou, - Irvin D. Yalom

4) A Origem das Espécies, - Charles Darwin

5) A Liberdade Possível, - Flávio Gikovate

6) Uma Breve História da Humanidade, - Yuval Noah Harari 

7) A Vida Secreta das Árvores, - Peter Wohlleben

8) Lance de Dados, - Stephen Jay Gould

9) Sociedade do Cansaço, - Byung-Chul Han

10) Uma Breve História de Quase Tudo, Bill Bryson