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Fotografia - a arte da captura do tempo

  • drmarcelomorenomkt
  • 12 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de dez. de 2024

No ano de 2000, após já ter realizado a residência em cirurgia geral e ter iniciado a de cirurgia oncológica, talvez pelo impacto de acompanhar os pacientes oncológicos durante o diagnóstico, o tratamento e, muitas vezes, o breve período que antecipava a morte, percebi a necessidade de fazer algo que me desligasse da rotina realista da dualidade de vida e morte que eu presenciava nos meus dias como médico residente em um grande hospital da capital gaúcha. Um certo dia, vi um pequeno cartaz no mural do corredor do hospital sobre vagas para um curso de fotografia e, de forma muito natural, me inscrevi. Já na primeira aula, a mágica aconteceu: parecia que eu havia descoberto uma outra pessoa em mim, agora com a capacidade de "imortalizar o tempo" através da captura da luz. Naquela época, o uso de câmeras digitais ainda não era comum, e a revelação dos filmes em laboratório completava a magia da captura do tempo. A paixão foi imediata, e assim que terminei o curso, participei de concursos e mostras fotográficas, onde recebi prêmios ainda durante a residência. Já em Chapecó, tive a oportunidade de realizar exposições: em 2005, "Perú e Bolívia" (uma exposição sobre a cultura e arte dos povos andinos); em 2009, "Ponto de Vista" (fotografias de portas e janelas do Brasil e de alguns lugares do mundo, convidando à reflexão sobre as diferentes formas de ver a realidade); em 2013, "Chegadas e Partidas" (fotografias de estações de trem e metrô, refletindo sobre as relações humanas e o tempo); e, em 2015, "A Liberdade Possível" (baseada no livro homônimo do psiquiatra Flávio Gikovate, para aprofundar reflexões sobre o que é ser livre e como ser livre). Atualmente, trabalho com a técnica de macrofotografia de empilhamento, com o objetivo de registrar formas e cores presentes na natureza, que, na maioria das vezes, passam despercebidas por nós na correria da vida moderna. Baseado neste depoimento, gostaria de reforçar a importância de todos nós realizarmos alguma forma de arte. Recentemente, o ator britânico Ian McKellen (conhecido por suas atuações em O Senhor dos Anéis e X-Men) leu uma carta do escritor Kurt Vonnegut, e o trecho do vídeo viralizou em todas as redes sociais do mundo. Em 2006, quando tinha 84 anos, Vonnegut recebeu algumas cartas enviadas por alunos de uma turma de Ensino Médio da Escola Xavier, em Nova York. Elas faziam parte de um projeto de uma professora que incentivou os alunos a enviar cartas para autores renomados, pedindo conselhos sobre escrita. Vonnegut foi o único a responder. Ele disse: "Pratique qualquer tipo de arte — música, canto, dança, teatro, desenho, escultura, poesia, ficção, ensaios, reportagens... Não importa se for bom ou ruim. Não faça isso para ganhar dinheiro ou fama, mas pela experiência transformadora, para saber o que há dentro de você e fazer sua alma crescer."




 
 
 

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