Células-tronco encontradas no tecido adiposo como auxiliares na reconstrução mamária após tratamento de câncer de mama.
- drmarcelomorenomkt
- 26 de mai.
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Dando sequência aos trabalhos publicados em que pude participar como autor ou coautor, essa semana apresentou um artigo publicado em 2013, na Revista Brasileira de Mastologia, que foi resultado de meu trabalho final de pós-graduação em reconstrução mamária, na cidade do Rio de Janeiro, sob orientação do prof. Dr. André Vallejo. No artigo intitulado como “Caracterização da célula-tronco derivada do tecido adiposo subcutâneo”, abordamos uma revisão da literatura sobre este tema. Em resumo, de forma didática caracterizamos o potencial terapêutico das células-tronco derivadas do tecido adiposo subcutâneo, com foco na sua aplicação na reconstrução mamária. Desde a descoberta das células-tronco na medula óssea na década de 1960 até a identificação de células-tronco derivadas do tecido adiposo subcutâneo na década de 2000, foi verificado que essas células apresentam grande potencial de diferenciação em diversos tipos celulares, incluindo adipócitos, osteoblastos, mioblastos, células endoteliais, entre outros, devido à sua origem embrionária mesenquimal. As células-tronco derivadas do tecido adiposo subcutâneo podem ser facilmente obtidas por meio de procedimentos minimamente invasivos, como a lipoaspiração (ou lipofilling), que oferece uma grande quantidade de células em comparação a outras fontes, como a medula óssea, além de permitir uma coleta com menor desconforto para o paciente. Ainda, elas possuem alta capacidade de adaptação, aumentando ou diminuindo seu volume conforme o estímulo, além de promoverem efeitos regenerativos no tecido, inclusive na pele, melhorando cicatrizes e sintomas locorregionais após tratamentos como radioterapia. Apesar de toda essa potencialidade, há uma heterogeneidade na caracterização e no isolamento dessas células, o que dificulta um consenso sobre seu uso clínico definitivo. Diversos estudos indicam que as células-tronco derivadas do tecido adiposo subcutâneo, além de serem abundantes, podem ser manipuladas de forma segura, autóloga ou alogênica, e apresentam promissora aplicação na medicina regenerativa, incluindo a reconstrução mamária. Elas compartilham origem embrionária com as células da medula óssea, e sua capacidade de diferenciação e facilidade de obtenção as tornam uma alternativa cada vez mais considerada na área de terapias celulares. Assim, o avanço científico aponta para o uso crescente destas células no tratamento de diversos problemas clínicos, incluindo a reconstrução mamária, oferecendo uma solução eficaz, segura e menos invasiva para pacientes que necessitam recuperar a estética e a funcionalidade das mamas após cirurgias oncológicas. Os resultados da técnica de lipofilling em pacientes submetidas a radioterapia por exemplo, são muito promissores, principalmente no aspecto de diminuir o desconforto, dor e até mesmo o aspecto avermelhado da pele, todos secundários ao efeito actínico (semelhante a uma queimadura).
Com a publicação deste artigo, fomos convidados a escrever o capítulo do livro da Sociedade Brasileira de Mastologia sobre este tema (edições de 2017 e de 2022). Além disso, devido a relevância do tema de pesquisa desenvolvemos pesquisas conjuntas entre os cursos de Medicina da Unochapecó e Universidade Federal da Fronteira Sul, com a publicação de dois artigos ambos na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (em 2021 – “Viabilidade das células-tronco mesenquimais do tecido adiposo proveniente de lipoaspirado humano”; em 2024 – “Criopreservação de células-tronco mesenquimais do tecido adiposo: Uma alternativa para lipoenxertia seriada na reconstrução mamária”)
Leia o artigo na íntegra:

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