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Adotando o amor

  • drmarcelomorenomkt
  • 1 de dez. de 2024
  • 3 min de leitura

A relação entre humanos e cães é um dos capítulos mais belos da história da humanidade. Estudos arqueológicos indicam que essa conexão especial começou há 15 a 20 mil anos, movida pelos benefícios mútuos entre as duas espécies. No entanto, a ciência nos mostra que não foi apenas a necessidade que nos aproximou, mas algo muito mais profundo. Pesquisadores sugerem que, quando os olhos dos cães começaram a exibir a esclera branca, nasceu aquele olhar doce, que parece falar diretamente com nossas almas, desarmando até os corações mais endurecidos. É por isso que, ao longo dos séculos, os cães conquistaram o título de “nossos melhores amigos”. Eles não apenas compartilham nossos momentos de alegria e tristeza, mas também desempenham papéis essenciais, como guias para pessoas com deficiência visual, parceiros em missões policiais e, muitas vezes, verdadeiros terapeutas emocionais. Alguns acreditam que os cães ficam ao nosso lado apenas por comida. Mas estudos de neurociência mostram que essa teoria subestima o amor que eles sentem. Pesquisas revelam que, na presença de seus tutores, as áreas do cérebro responsáveis pelo amor e pelo afeto são ativadas, muitas vezes mais intensamente do que aquelas ligadas à busca por alimento. Alguns cães, de fato, amam mais do que precisam. Hoje, existem mais de 400 raças de cães no mundo, resultado do carinho e da dedicação humana. No Brasil, temos uma história particular. Décadas de abandono e descaso criaram uma das maiores taxas de cães sem lar no mundo. Mas, no meio dessa tragédia, surgiu algo genuinamente brasileiro: a raça "caramelo", símbolo da resistência, da mistura e do amor incondicional. Adotar um cão no Brasil é mais do que dar um lar. É um ato de redenção. É um gesto que transforma vidas — a deles e a nossa. Infelizmente, ainda vemos muitos casos de maus-tratos, mas a esperança renasce em cada pessoa que luta para mudar essa realidade. ONGs, projetos sociais e indivíduos apaixonados têm dado voz a esses seres que só pedem amor em troca. A relação entre um cão e seu tutor é algo difícil de descrever. É única, quase sagrada. Eles nos curam, nos ensinam a amar de forma desinteressada e nos fazem enxergar a vida com outros olhos. Não é à toa que hospitais e empresas já incluem a presença de pets como parte de tratamentos e rotinas. Esses anjos de quatro patas nos transformam de dentro para fora. Eu sou testemunha viva dessa mágica. Tive a sorte de adotar quatro cães: Bento, Baito, Bia e Buda. Cada um chegou em um momento diferente, vindo das ruas, carregando histórias de abandono e doenças. Mas o que eles me trouxeram não tem preço: amor puro, aprendizado constante e uma troca que vai além das palavras. Eles mudaram minha vida, e eu serei eternamente grato por ter tido a coragem de estender a mão a eles. Por isso, deixo meu reconhecimento às pessoas que se dedicam a essa causa, como o projeto @vidasqueimportam e tantas outras iniciativas na cidade de Chapecó e no Brasil. São heróis invisíveis, combatendo o descaso e a maldade, muitas vezes sozinhos, mas sempre movidos pelo amor. Adotar um cão é mais do que um gesto de solidariedade. É uma chance de viver uma das experiências mais puras e transformadoras que podemos ter. Quem se permite vivê-la descobre um amor que transcende palavras, um vínculo que toca a alma e nos faz acreditar, novamente, na bondade da vida.




 
 
 

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